Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Eletrônicos como celulares e computadores, contêm informações e antes do descarte é preciso limpar todas esses dados.
(Brasil 61) Os brasileiros
utilizam cada vez mais aparelhos eletrônicos e, consequentemente, também se
desfazem mais deles. Entre 2019 e 2021, o Brasil coletou 1,3 mil toneladas de
lixo eletrônico. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, 1,2 mil toneladas
desse total, ou seja, mais de 92% foram recolhidas no ano retrasado, o que
demonstra um crescimento constante na reciclagem de equipamentos como pilhas,
celulares, baterias, computadores, televisores e fones de ouvido.
Além do benefício ambiental
com a reciclagem desses materiais eletrônicos, é necessário se atentar aos
dados que esses equipamentos podem conter, como alerta o presidente da
Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos
(ABREE), Sérgio de Carvalho Maurício.
“Muitos equipamentos
eletrônicos, como celulares, notebooks, computadores, e outros aparelhos,
contêm informações importantes das pessoas que utilizaram esses equipamentos. E
aí que vem a preocupação adicional que nós temos com o descarte consciente: que
o consumidor final limpe todas essas informações antes de fazer o descarte,
formatando seus computadores, formatando o celular, apagando todas as
informações para que essas informações não venham trazer um prejuízo pessoal
que muitas vezes é irreparável”.
Uma pesquisa do Banco Mundial,
com dados de 2021 e divulgada esta semana pelo Banco Central, indica que 26%
dos respondentes brasileiros afirmaram utilizar o celular para pagar suas
contas. Em 2014, esse percentual era de 1%. Além disso, o índice está acima da
média dos países da América Latina (19%) e dos países que compõem a Organização
para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – a OCDE (21%). Dos 122 países
pesquisados, o Brasil ocupa a 29ª posição entre os que mais informam utilizar o
celular para realizar esses pagamentos.
Diante disso, o descarte
correto tanto dos aparelhos quanto dos dados é primordial. A reciclagem desses
equipamentos recebe o nome de Logística Reversa, e serve para reinserir os
materiais que compõem produtos eletroeletrônicos e eletrodomésticos em fase
final de vida útil em novos ciclos produtivos, por meio do descarte
ambientalmente adequado. “Dessa forma, aqueles produtos que nós descartamos vão
ser desmontados, vão ser processados, garantindo que esses materiais possam
também poupar o uso de recursos não-renováveis”, afirma o presidente da ABREE,
que contabiliza mais de 4,7 mil pontos de recebimento espalhados pelo país, em
quase 1,4 mil municípios.
Responsabilidade
Segundo as legislações sobre a
proteção de dados e a que regulamenta a Logística Reversa, é obrigação dos
consumidores remover, antes do descarte, as informações e os dados privados e
os programas em que eles estejam armazenados nos produtos eletroeletrônicos,
discos rígidos, cartões de memória e estruturas semelhantes, quando existentes.
Essa obrigação não exime a
responsabilidade daqueles que usarem os dados alheios sem permissão. O uso
indevido das informações pode gerar sanções administrativas para as empresas,
que podem ser advertências corretivas e multas de até 2% do faturamento, com
limite de até R$ 50 milhões, da eliminação dos dados irregulares.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do ECI CANAL.