internet Foto Marcello Casal Jr Agência Brasil
Central da ONG Safernet recebeu mais de 111 mil denúncias em 2022
(Agência Brasil) Em 2022, o
Brasil totalizou 111.929 denúncias de armazenamento, divulgação e produção de
imagens de abuso e exploração sexual infantil, encaminhadas à organização não
governamental Safernet. O dado foi divulgado hoje (7), pela entidade, que
realiza evento para marcar o lançamento do balanço, com autoridades no assunto,
na capital paulista.
Em 2021, o número foi 9,9%
menor. Naquele ano, a central recebeu 101.833 notificações desse tipo de crime.
Para a procuradora da
República Priscila Costa Schreiner, que integra um grupo de combate a crimes
cibernéticos do Ministério Público Federal, além do aumento nas denúncias, o
que se observa é também uma evolução das ferramentas usadas pelos criminosos.
Isso tem feito com que equipes especializadas no enfrentamento busquem se
atualizar.
Priscila pontuou, ainda, que o
aumento de violações a criança acompanha um crescimento quanto à
conscientização sobre a importância de comunicá-las. "O mundo do crime se
moderniza, se moderniza com muito mais velocidade dentro da internet",
complementou.
A pesquisadora Jessica Taylor
Piotrowski, docente da Universidade de Amsterdam, disse que, atualmente,
medidas como a restrição de idade não têm mais adiantado, sozinhas. Tal questão
também foi levantada pela pesquisadora Veriety McIntosh, especialista em
realidade virtual.
Em sua apresentação, Jessica
ressaltou que a internet tem, hoje, um grau maior de complexidade e que há recursos
que as crianças ainda não compreendem em sua totalidade. Como exemplo, a
docente citou a inteligência artificial, algo revelado por um estudo de que
participou.
Sobre os riscos a que as
crianças estão sujeitas, ao acessar a internet, Jessica pontuou aspectos que
também podem persistir na vida adulta, como a pornografia infantil, transtornos
alimentares, a desinformação e a FOMO, sigla que, em inglês, resume a ideia de
"medo de perder algo/algum acontecimento importante". "Hoje, as pessoas
têm uma hora a menos de sono, para ficar usando os dispositivos", disse.
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