Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil
Novos valores passam a valer a partir de março
(Agência Brasil) O governo federal oficializou
nesta quinta-feira (16) o reajuste nas bolsas de pesquisa, que varia de 25% a
200% entre bolsas de graduação, pós-graduação, iniciação científica e Bolsa
Permanência. Segundo o governo, os novos valores passam a vigorar a partir de
março.
As bolsas de mestrado e
doutorado, que não tinham qualquer reajuste desde 2013, terão variação de 40%.
No caso do mestrado, o valor sairá de R$ 1,5 mil para R$ 2,1 mil. No doutorado,
de R$ 2,2 mil para R$ 3,1 mil. Já nas bolsas de pós-doutorado, o acréscimo será
de 25%, com aumento de R$ 4,1 mil para R$ 5,2 mil.
Os novos valores valem tanto
para as bolsas pagas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (Capes), do Ministério da Educação (MEC), quanto aquelas pagas pelo
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), vinculado
ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
O governo também vai recompor
a quantidade de bolsas oferecidas. No caso do mestrado, em 2015 havia 58,6 mil
bolsas, número que caiu para 48,7 mil em 2022, redução de cerca 17%. Agora, a
estimativa é de que sejam ofertadas 53,6 mil bolsas nessa modalidade.
Os reajustes das bolsas de
pesquisa correspondem a um valor de R$ 2,38 bilhões em recursos tanto no MEC
quanto do MCTI. “Tudo que formos fazer para atender as necessidades do povo vai
ser chamado de investimento. E educação é o investimento mais barato que
podemos fazer. Queremos um país que exporte conhecimento”, afirmou o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia no Palácio do Planalto para
anunciar os reajustes.
Doutoranda em Física pela
Universidade Brasília (UnB), a pesquisadora Cícera Viana comemorou os novos
valores. “Muitas vezes, trabalhamos sob péssimas condições recebendo pouco e
fazendo pesquisas de impacto internacional. Por isso, a importância desse
momento, pois nosso trabalho finalmente está sendo reconhecido e poderemos
continuar sonhando com um futuro para nós estudantes”, destacou.
Vinícius Soares, presidente da
Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), foi outro a celebrar o anúncio.
“Essa cerimônia é muito importante e simbólica porque passamos anos de
escuridão e o Brasil volta à luz da ciência”, afirmou.
Iniciação
científica
Os alunos de iniciação
científica do Ensino Médio terão reajuste em suas bolsas, que passarão de R$
100 para R$ 300, correção de 200%. Ao todo, serão investidas 53 mil bolsas para
estimular jovens estudantes a se dedicar à pesquisa e à produção de ciência.
“Bolsistas de iniciação científica têm mais chances de concluir a
pós-graduação”, observou a ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos.
Já as bolsas para formação de
professores da educação básica terão reajuste entre 40% e 75%. Em 2023, haverá
125,7 mil bolsas para preparar os professores. Esta ação é considerada
fundamental para a qualificação dos professores que se formam e vão para a sala
de aula. Os valores dos benefícios variam de R$ 400 a R$ 1.500.
Quilombolas
e indígenas
A Bolsa Permanência, criada em
2013, terá seu primeiro reajuste desde então. O auxílio financeiro é voltado a
estudantes quilombolas, indígenas, integrantes do Programa Universidade para
Todos (ProUni) e alunos em situação de vulnerabilidade socioeconômica
matriculados em instituições federais de ensino superior. A intenção é
contribuir para a permanência e diplomação dos beneficiários. Os percentuais de
aumento vão variar de 55% a 75%. Atualmente, os valores vão de R$ 400 a R$ 900.
No caso das bolsas para indígenas e quilombolas, o valor passa dos
atuais R$ 900 para R$ 1.400.
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