Foto: Pedro França/Agência Senado
O sintoma comum de câncer de mama é o aparecimento de nódulo, geralmente não-doloroso e de textura dura.
(Agência61)
O Ministério da Saúde
destinará mais de R$ 100 milhões para a ampliação do acesso aos procedimentos
de reconstrução mamária em mulheres submetidas à mastectomia ou para aquelas
com indicação de reconstrução mamária. De acordo com a pasta, trata-se de uma
estratégia excepcional de ampliação do acesso nos hospitais de alta
complexidade em oncologia do Sistema Único de Saúde (SUS). Espera-se que, com a
medida, mais de 20 mil mulheres em todo o país sejam beneficiadas com o
procedimento na rede pública de saúde. A decisão foi anunciada durante reunião
da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), de 2023..
Para a médica ginecologista Lauriene Pereira, a
decisão é uma conquista e tanto para todas aquelas que estão no enfrentamento
ao câncer de mama, além de ajudar a promover a saúde e dignidade
feminina.
“É uma vitória essa conquista, a destinação desse valor,
dessa verba para os hospitais que se dedicam, que de alguma forma enfrentam o
câncer de mama. A reconstrução da mama de quem passou ou para quem, por medida
profilática, teve que fazer a mastectomia, devolve a autoestima para a mulher,
a alegria, o prazer de viver mesmo porque a retirada da mama causa muito
impacto na vida dela”, destaca.
Em 2020, foram estimados cerca de 2,3 milhões de novos
casos de câncer de mama no mundo. Praticamente, um a cada quatro diagnósticos
de câncer na população feminina é de mama. A doença responde, atualmente,
segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) por cerca de 28% dos
casos novos de câncer em mulheres.
Em 2021, foram estimados mais de 66,2 mil casos
novos da doença. Embora raro, é um tipo de patologia que também acomete homens,
representando menos de 1% do total de casos. Em relação à mortalidade, foram
registradas pelo DataSUS, em 2020, 18.032 mortes por câncer de mama, sendo 207
homens e 17.825 mulheres.
O sintoma mais comum de câncer de mama, apontam
especialistas, é o aparecimento de nódulo, geralmente não-doloroso e de textura
dura. Mas há casos de tumores com consistência branda, globosos e bem
definidos.
Outros sinais de câncer de mama são edemas na pele,
semelhantes à casca de laranja, dor, vermelhidão, descamação ou ulceração dos
mamilos, alteração na circulação sanguínea. Podem também surgir linfonodos
palpáveis na axila.
Cuidados
Médica especialista em ginecologia e obstetríci, Giani
Silvana Schwengber Cezimbra explica que o melhor tratamento contra a doença é o
diagnóstico precoce, evitando, com isso, procedimentos mais agressivos no
futuro e até a morte.
A médica recomenda que mulheres a partir de 35 anos, com
antecedentes familiares ou que apresentam algumas alterações na região mamária,
realizem a mamografia imediatamente. E aos 40 anos, independentemente de
se encaixar em uma dessas situações, a orientação é realizar o exame clínico de
dois em dois anos.
“Em geral, todas as mulheres devem fazer uma consulta
médica. O enfrentamento ao câncer de mama está relacionado à detecção precoce,
sendo que é uma doença que não existe prevenção”, alerta a doutora Giani
Silvana. “A importância da detecção precoce é justamente porque esses
tratamentos são bem menos radicais, bem menos agressivos. E a mortalidade se
reflete diretamente com isso”, observa.
O Ministério da Saúde ainda anunciou a adesão do órgão a
uma nova tecnologia de detecção do câncer do colo de útero. A técnica está em
desenvolvimento no estado de Pernambuco. A novidade é resultado de
pesquisas conduzidas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pela Organização
Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS) e substitui o exame preventivo da doença,
Papanicolau, pela metodologia do PCR, a mesma usada nos melhores testes de
detecção da Covid-19.
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