Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Ministra da Saúde se comprometeu a normalizar abastecimento de vacinas
(Agência Brasil) A ministra da Saúde, Nísia
Trindade, se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta
terça-feira (10), em Brasília, para discutir as ações prioritárias da pasta nos
primeiros 100 dias de governo. Após o encontro, ela conversou com jornalistas,
no Palácio do Planalto, e informou sobre algumas das medidas em andamento, como
a definição de um plano para realização de cirurgias e exames.
"Estamos trabalhando na
elaboração de um plano emergencial para a realização de diagnósticos, para
cirurgias, como um dos pontos centrais de atuação. O Ministério da Saúde
trabalha em uma lógica interfederativa, então vamos discutir com o Conselho Nacional
de Secretários Estaduais de Saúde [Conass] e o Conselho Nacional de Secretários
Municipais de Saúde [Conasems] agora, no dia 26 de janeiro, para a definição
conjunta desse plano", explicou. Nísia disse que uma das prioridades é
justamente recuperar a "boa relação interfederativa" com estados e
municípios na formulação das políticas de saúde.
Farmácia
Popular
A ministra também falou sobre
a retomada do Farmácia Popular. No ano passado, o governo Bolsonaro anunciou
corte de 59% da verba do programa para o Orçamento de 2023. A retomada do
programa virou uma das principais promessas de campanha de Lula, durante a
campanha eleitoral.
Ela disse ainda que o rol de
medicamentos ofertados pelo Farmácia Popular deverá ser ampliado, mas não deu
detalhes sobre essa ampliação.
Nísia Trindade voltou a dizer
que, nas próximas semanas, deverá revogar medidas da pasta tomadas "sem
base científica, que não tenham amparo legal ou que contrariam princípios do
Sistema Único de Saúde", mas sem entrar em detalhes sobre quais atos
normativos serão revistos. Além disso, por ordem da nova gestão, a pasta está
revisando todos os contrato em vigor.
Vacinas
A ministra da Saúde também
afirmou que está normalizando o abastecimento de vacinas pediátricas contra a
covid-19, que estão em falta no país. Segundo Nísia Trindade, foi negociado um
adiantamento das entregas com o Instituto Butantan com a chegada, nos próximos
dias, de 715 mil doses e, mais adiante, outras 2 milhões de doses. Também estão
em curso tratativas para a entrega adiantada de doses de vacina da fabricante
Pfizer.
"Teremos o abastecimento
dessas vacinas e aí nos restará trabalhar para que a sociedade vacine suas
crianças", afirmou.
Mais
Médicos
Perguntada sobre a retomada do
programa Mais Médicos, que visa levar profissionais para as localidades mais
remotas e periféricas do país, Nísia Trindade disse que a fragilização do
programa, nos últimos anos, deixou um vazio de assistência de saúde, e que
agora pretende criar melhores incentivos para os médicos participarem da política.
"O que nós estamos
trabalhando é uma visão de incentivo para que os médicos brasileiros possam ter
uma participação maior nesse programa", disse. Ela falou que não pretende
fazer alterações legais nas atuais regras do Mais Médicos, que foram estabelecidas
no governo anterior, que chegou a rebatizar a iniciativa de Médicos pelo
Brasil.
Na entrevista, Nísia Trindade
também criticou a "desestruturação de muitos programas" da pasta,
como o Rede Cegonha, voltado para a saúde da mulher grávida. "O Brasil
aumentou seus índices de mortalidade materna, e eu considero isso
inaceitável", comentou. Ela se comprometeu a recuperar essa e outras
iniciativas, especialmente na área de saúde sexual e reprodutiva, que foram
afetadas por visões ideológicas no governo anterior, segundo a ministra.
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