Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Informação foi divulgada hoje pelo Ministério da Saúde
(Agência Brasil) O Ministério
da Saúde informou, neste domingo (22), que estuda acelerar a publicação de um
edital do Programa Mais Médicos para recrutar profissionais, tanto formados no
Brasil quanto no exterior, para atuação em território Yanomami. A medida é uma
das ações da Sala de Situação, criada para apoiar ações de enfrentamento à
desassistência sanitária dos povos Yanomami.
“Tínhamos um edital só para
brasileiros. Só em seguida que faríamos um edital para brasileiros formados no
exterior e, depois, para estrangeiros. Frente à necessidade de levarmos
assistência à população dos distritos indígenas, especialmente aos Yanomami,
queremos fazer um edital em que todos se inscrevam de uma única vez”, explica o
secretário de Atenção Primária à Saúde, Nésio Fernandes.
Segundo o secretário, com o
edital único, quando esgotarem as vagas para brasileiros, aquelas remanescentes
automaticamente irão para os brasileiros formados no exterior. Persistindo a
vacância, as vagas irão para estrangeiros que queiram participar, de modo que
haja um processo mais célere. A ideia é otimizar o trabalho e suprir o
atendimento nos distritos indígenas.
De acordo com a pasta, o
governo federal vai garantir recursos para um edital em andamento, em que há 77
médicos alocados na região Yanomami. O Distrito Sanitário Especial Indígena
Yanomami é um dos que mais carece de profissionais entre os territórios, com
apenas 5% das vagas ocupadas. Por isso, a necessidade de um novo edital
formulado já a partir desta semana, contemplando a necessidade da saúde
indígena.
Abandono
Desde a última segunda-feira
(16), equipes do Ministério da Saúde se encontram na região Yanomami,
território indígena com mais de 30 mil habitantes. O grupo se deparou com
crianças e idosos em estado grave de saúde, com desnutrição acentuada, além de
muitos casos de malária, infecção respiratória aguda (IRA) e outros agravos.
Em visita à região neste
sábado (21), o presidente Lula afirmou que a situação dos povos Yanomami, em
Roraima, é desumana. Lula esteve em Boa Vista e viu de perto a crise sanitária
que atinge os indígenas. A situação já levou à morte 570 crianças nos últimos
anos, sendo que 505 tinham menos de 1 ano. No ano de 2022, foram registrados
11.530 casos confirmados de malária na terra Yanomami.
Atualmente, cerca de 700
indígenas estão sendo atendidos na casa de apoio, a maioria crianças com
desnutrição grave. Umas das ações prioritárias, para o presidente, é organizar
a rede logística para o transporte de suprimentos e das pessoas entre as
aldeias e a cidade, como a melhoria de pistas de pouso de aeronaves em regiões
mais próximas às comunidades.
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