Foto:
Fernando Frazão/Agência Brasil/
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A
manifestação atraiu advogados e militantes defensores das causas raciais e dos
direitos das mulheres, na tarde desta segunda-feira (17). Embora o ato tenha
sido pacífico desde o início, o fórum teve as portas fechadas, o que deixou os
advogados ainda mais inconformados.
Lamachia
criticou o ambiente de extremismo em que o país vive e disse que a OAB
investigará o fato.
“Este
caso terá vários desdobramentos, na corregedoria estadual, no CNJ [Conselho
Nacional de Justiça] e no âmbito da OAB. Porque a colega, juíza leiga, que
determinou que Valéria fosse algemada, é uma advogada. Portanto, a sua ação
também será examinada sob o prisma ético-disciplinar. Mas o que mais fica deste
momento é se nós estamos agindo bem com esta linha de extremismos, de
intolerância e de violência, que vimos esta colega sofrer”, disse Lamachia.
Segundo
ele, o fato atentou contra o próprio Estado Democrático de Direito: “Algemar
uma advogada, dentro de uma sala de audiência, no exercício de sua profissão, é
algo inaceitável, sob qualquer aspecto. O meu sentimento é que, naquele
momento, a democracia brasileira foi algemada”.
Apesar
do trauma que o fato lhe deixou, com exposição de imagens compartilhadas por
todo o país, Valéria disse que sua atitude será a de conversar com a juíza
leiga que determinou a ordem de lhe colocar algemas.
“Eu
me sinto muito acolhida, tanto pela OAB quanto pela sociedade civil. Sobre
minha colega [juíza leiga], nós duas temos que sentar e conversar. Não é jogar
pedra. Para a gente evoluir como pessoa. A gente não pode se dividir, temos de
nos unir. Não importa a cor da pele. O que eu quero é que nunca mais isto
aconteça. Nunca mais”, disse Valéria.
A
advogada relatou que, no momento em que foi algemada, se sentiu muito mal e
ofendida em sua dignidade. “Eu me senti muito ferida. Depois fui para casa e
chorei sozinha. Me feriram, mas eu não fui vencida. Olha o que mobilizou o
país. O Brasil respondeu. A gente precisa construir um país melhor para os
nossos netos”, disse ela.
O
Tribunal de Justiça (TJ) do Estado do Rio de Janeiro, que comanda o sistema de
Justiça estadual do qual faz parte o Fórum de Duque de Caxias, se limitou a
responder em nota que os fatos estão sendo apurados: “Em relação aos fatos
ocorridos na audiência na semana passada, os fatos estão sendo apurados. O TJ
vai se manifestar na conclusão da apuração”.
Agência
Brasil/ Vladimir Platonow
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